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07/02/11

O PERÍODO MERCANTILISTA EM PORTUGAL

A prática mercantilista em Portugal não teve o mesmo sucesso que nos outros países da Europa. Uma das grandes razões deve-se ao facto de em Portugal as pessoas se dedicarem mais à agricultura. No entanto, esta estava muito atrasada, tinha técnicas muito antigas, instrumentos em madeira, não havia adubos... enfim, não se produzia muito. Apesar de existirem muitas terras férteis, a maioria delas pertencia à Nobreza ou ao Clero, que não as trabalhavam e alugavam, em troca de rendas, a camponeses para que as explorassem.

Não podemos, no entanto, dizer que as ideias e doutrinas mercantilistas não tenham surgido em Portugal. Manuel Severim de Faria, simpatizante das práticas mercantilistas inglesas, propunha um aumento de população como medida de aumentar a riqueza Seguindo as mesmas ideias, Duarte Ribeiro de Macedo publica um livro Discurso sobre a Introdução das Artes em Portugal, no qual defende a criação da manufactura de tecidos, espelhos e artigos de luxo com vista a evitar exportações.

A ideia proposta por estes dois homens foi posta em prática por D. Luís de Menezes, 3º Conde de Ericeira, no reinado de D. Pedro:

  • Contrata artífices ingleses para virem ensinar em Portugal,
  • procura desenvolver as indústrias de lã na Covilhã e Portalegre. Para melhores resultados as fábricas são instaladas onde há matérias-primas, caso da lã, água… e onde há uma tradição artesanal. Melhora também o fabrico de colchas de Castelo Branco e da seda em Vila Real.
  • Cria ainda medidas proteccionistas, aumentando as tarifas aduaneiras aos produtos estrangeiros.
  • Lança pragmáticas (leis que proibiam a compra no estrangeiro de produtos de luxo).

Mas esta tentativa durou pouco tempo. Interesses mais altos impediram-na de triunfar. Os produtos ingleses continuavam a invadir o país. Por outro lado, os grandes proprietários do vinho do Porto (que conseguira fama em Inglaterra) contestavam as manufacturas dizendo que se a Inglaterra não pudesse exportar os seus produtos, também deixaria de aceitar os vinhos portugueses. Entre estes homens contavam-se o Marquês do Alegrete e o Duque do Cadaval, que tinham enorme poder económico e político.

É no seguimento disto que é assinado o Tratado de Methuen. Celebrado em 1703 entre D. Pedro II e a Inglaterra, estabelecia a obrigatoriedade da Inglaterra comprar o vinho do Porto, pagando este apenas 2/3 dos direitos pagos pela França. Portugal não poria obstáculos à entrada dos lanifícios ingleses. Este tratado vai ser bastante prejudicial para Portugal:

· Destruição das manufacturas que começam a nascer,

· Impedimento do desenvolvimento industrial,

· Alargamento do plantio da vinha a zonas destinadas aos cereais,

· Aumento das importações aos ingleses,

· Saída de grandes quantidades de ouro brasileiro para pagar as importações.

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